sábado, 30 de janeiro de 2010

Sobre o ubíquo...

Alguém já deve ter escrito isso em algum lugar, mas existe um processo tão a-vassalador e ao mesmo tempo tão sutil pra tanta gente, e que mesmo assim eu gostaria de falar disso aqui. Ao invés de termos essa conversa em algum barzinho, ou praça, vou discuti-lo no meu blog. E aqui, posso mostrar as fotos que ilustrarão o assunto abordado. Posso anexar alguma música, um documentário, um filme sobre esse processo universal humano.






Desde a época das cavernas, quando o cara via uma cena que o marcava, ele pegava o mundo que percebia, digeria e colocava numa parede. Mais tarde surgiu a matemática. A escrita. Os mapas e plantas. A fotografia. O rádio. O filme. A TV. A internet e todo o mundo vinculado a ela. E que novidade tem nisso? É óbvio que nenhuma, mas particularmente vejo que o homem caminha cada dia mais largando o mundo multidimensional para viver num mundo completamente em 2D. Aí lançam filmes em 3D (que nada mais são do que uma ilusão em 2D). Até a música que sai do computador e do rádio, ou TV, mesmo com recursos tecnológicos mais avançados somente vão conseguir disfarçar uma situação, lançando imagem e som em 2D. Máquinas que fabricam ecos distorcidos de um mundo tão distante.
As pessoas se encontram pelas telas do computador, falam com as outras pelo celular, se deparam numa boate ou num shopping, que nada mais são do que simulacros em 2D de um mundo em 3D. Nem ousaria chamá-los de "espaços".
Parece que desde a época das cavernas a realidade esmaga a paciência e a compreensão do homem, como se queimasse. E ele, para não se sufocar com a realidade de ser limitado e vulnerável, inventa várias cascas-cenário, talvez buscando se proteger da chuva, do vento e dos bichos da floresta. Penso que, pelo menos algumas vezes, seria bom ele perder essa mania. E pensando bem, talvez a chave para muitos dos problemas da própria humanidade esteja nisso. Dizem que memória é uma relação entre a vivência e a interpretação. E se damos muito mais peso para a interpretação do que para a vivência, o desequilíbrio dessa relação não possibilita o enraizamento dessa pessoa com o seu mundo de forma satisfatória.






E assim, tudo no mundo está aí para ser esmiuçado? Desvendado? Conquistado? Digerido? Explicado? Teorizado? Trovões são descargas atmosféricas. Fantasmas não existem. O dia tem 24 horas. Essa é função do homem: é uma lagarta que vai comendo tudo o que existe, transformando sertão em civilização, engolindo vivência e devolvendo interpretação, para que terceiros engulam essa interpretação, e assim continua a roda.
Desta forma não sobra espaço pra mais nada. É, agora sim, tá tudo explicado.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sobre a anáclise...


Lute. Brigue. Defenda seu ponto de vista. Se você acredita na causa, não importa quem está do outro lado. Aliás, acreditar na causa é infinitamente mais importante do que ter argumentos. Do que fazer sentido. Do que obedecer à lógica. Se você acredita, pronto. Não importa que o mundo inteiro não concorde. Tudo o mais será apenas conflito de linguagem.

Mas...

no dia que tiver o primeiro seguidor...quando conseguir convencer alguém...

pronto...

Isso é um grave e pesado sinal de que a sua idéia já era.