sábado, 7 de novembro de 2009

Sobre a catarse...

As cores desbotam. Os relevos se corroem. As músicas se silenciam. O tempo vence. A carne morre. As montanhas desabam. A luz escorre. A memória apodrece.

(...)Nessa estrada
Não nos cabe conhecer ou ver
O que virá
O fim dela
Ninguém sabe bem ao certo
Onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...
(...)
Aquarela
Composição: Toquinho / Vinícius de Moraes / G. Morra / M. Fabrizio






6 comentários:

  1. e afinal porque as pessoas morrem e as coisas ficam?

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  2. Nada pode vencer o pai de todas as coisas - O tempo.
    Somos perfeitos, tal como a propria natureza; no final fluimos!

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  3. O apodrecimento da memória, infelizmente, muitas vezes independe somente da ação do tempo, mas sim da falta de ação de pessoas...

    Desgastou?Envelheceu?Descorou?Vai dar trabalho?
    - Deixe o "velho" o "usado" para tras...abandone ou derrube e faça um "maior" e " melhor", simples assim.

    História?Que história?Era só mais uma velharia...nada de mais...


    Banalidade, superficialidade, descaso, ganância, futilidade...ignorância! Reflexos de um mundo guiado por umbigocentrismo puro, onde a única história para contar que sobrará será a própria (se alguém se dispor a ouvir, pois tempo é dinheiro)e o único legado que julgam ser importante deixar é o material...

    Definitivamente, eu não sou desse mundo...

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  4. Vou fazer um pouco o papel de advogado do diabo aqui... eu sou a favor da preservação e tudo, mas eu vejo uma certa beleza na ruína. Sabe, deixar a edificação envelhecer e mesmo perecer com dignidade.

    Eu gosto muito da visão do John Ruskin, que considera as edificações como seres vivos. O papel do conservador é cuidar e zelar pela longevidade da edificação, da mesma maneira como um médico deve zelar pela saúde de um paciente, curar as doenças, emendar os ossos quebrados... mas não conceder a vida eterna. Muito menos transplantar a mente do indivíduo para um corpo robótico.
    Traduzindo em termos de arquitetura: nada pior que uma edificação velha com cara de nova. A não ser, talvez, uma nova com cara de velha.

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